A sobrevivência não é uma questão de força: ela depende da capacidade de adaptação (Charles Darwin)

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Por Leo Soltz*

Dos remotos tempos da primeira transmissão pela TV em 1936, Londres, 1950 no Brasil e da resumida programação que nela era exposta aos complexos rumos das novas mídias, muito ocorreu. Grandes grupos se formaram e impérios foram criados. Tvs, Rádios, Jornais, Mídias OOH e, na sequência os portais de WEB, transformaram a vida e o cotidiano de um contingente de público, que recorria aos mesmos para o lazer ou em busca de informação e conhecimento. A mídia é nomenclada como o “quarto poder” mas em muitas situações foi considerada como a mais importante e respeitada entidade de um estado de direito. Seu poder era inevitável.

Era.

Em uma velocidade de duas décadas, novas e emocionantes plataformas tecnológicas passaram a impactar efetivamente nossa sociedade. A transformação foi eminente e não havia como não mudar, significativamente, os processos e seus atores. De um papel de espectadores/audiência, a população é alçada ao protagonismo, consumindo “on demand” e gerando/gerindo suas próprias escolhas. Youtubers, Blogers, Facebookers, Instagramers e Copyrighters são algumas das novas oportunidades de mercado que se formaram – parte de novos e pujantes grupos de comunicação desta geração 4.0, os quais possuem audiência que superam, em números, a população de países.

Vieram junto com a velocidade de conexões e a massiva inserção dos smartsphones no mercado, construindo um universo de novas possibilidades nesta nova economia 100% digital.

Veículos de mídia tradicionais amargaram uma significativa e preocupante queda em audiência, levando a uma consecutiva derrocada de profissionais e da receita proveniente da publicidade de anunciantes. Muitos fecharam. Outros viram suas concessões despencarem em valores. A formula tradicional havia vencido.

As mudanças impactaram também a todos que desta economia desfrutam. Os consumidores foram literalmente bombardeados por este novo “way of life”. Gigantes, outrora, sumiram do mercado e desconhecidas mas, tecnológicas (como meio ou fim) chegaram ao topo de uma nova e diversificada hierarquia de necessidades de Maslow e por meio dos elementos da pirâmide de valor (fonte Gil Giardelli).
Tudo muito novo. Tudo muito assustador.

O resultado foi uma verdadeira consternação em primeiro plano e, sequencialmente, uma corrida para buscar o tempo perdido.
“Vamos inserir laboratórios de inovação em nossas empresas”. “Vamos buscar as revolucionarias ideias que a geração 4.0 está apresentando e torna-las parte de nosso “core” diziam e fizeram muitos.

Tornar um ambiente receptível ao empreendedorismo, a inovação e aos processos tecnológicos não é matéria fácil. Não dá para tropeçar em equívocos ou miopias, como por exemplo, “o nosso negócio é o Aço”, quando o mercado se prepara a passos largos para a chegada dos polímeros. “Somos especialistas em asfalto”, quando as novas tecnologias preparam as vias para a chegada de um reciclado de plástico, mais fácil e resistente e com um viés de responsabilidade social. O caminho carece de uma análise mais complexa e um conjunto de entendimentos:

-A primeira delas diz respeito a percepção de que a geração 4.0 precisa da 1.0. Recente pesquisa de idade dos executivos das empresas inovadoras que compõe o ranking nacional sobre o tema apresenta, como media, 43 anos. Não tão jovens quanto se imaginavam. Se valendo da experiência daqueles que já navegam na economia e negócios e percebendo que a inovação carece de experiência.

-Existe hoje um grande universo de protagonistas que movimentam milhares de seguidores em uma infinidade de verticais nas redes sociais. Canais do Youtube tratam desde dicas de beleza, moda, viagem, entretenimento, cinema, alimentação, saúde, maternidade, ciência, bem estar, responsabilidade social, religião, cidades e soluções, mobilidade, família, games, mundo geek, sexualidade, educação, esportes, futebol, política, comedia dentre tantos outros. Esses “Influencers” geram um novo tipo de audiência, qualificada por segmento e por perfil. Falar com eles tornou-se mais do que uma opção e sim, uma necessidade. Afinal, tem sido eles os responsáveis pelo direcionamento e aquisição de produtos e serviços no mercado mundial.

– Novos modelos de negócio para novos públicos requer um descolamento do “modus operandi” e de formulas base para uma nova produção de conhecimento e de valor, visto que grande parte das empresas desta nova economia ainda não performam em números e sim em capacidade de aglutinar e atender pessoas e processos. Muitos destes, descolados do lucro e com duvidosas perspectivas de fazê-lo.

Se por um lado uma das big 5 tem suas ações e seus resultados trafegando na mesma linha, caso concreto da Amazon de Jeff Bezos, Facebook, Google e demais redes de interação, com imensa capacidade de capilaridade mundial, constroem reputações, movimentam massas (algumas possuem usuários que ultrapassam populações de países) porém, não apuram lucros suficientes para compor seus fluxos, fechando anualmente em prejuízo.

Portanto a pergunta que não quer calar é: quais negócios podem efetivamente performar e quais precisam de ferramentas e verticais acessórias para que tal efeito seja possível?

O que seria um novo modelo de performance nesta nova economia?

A resposta está dentro e fora de sua organização. Está em processos, produtos e pessoas. Em estar aberto a entender que vai ser necessário reaprender em alguns momentos e usar skills diferentes para chegar a uma nova equação. Em deixar para traz aquilo que você estava acostumado, condicionado a fazer.

E como já dizia Charles Darwin, a capacidade de adaptação é fundamento para a sobrevivência. Nada mais atual. Pense nisso.

Até a próxima.
Leo Soltz
*Criador da metodologia do Startup Show e Filler da Fill the Blank Consultoria.

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