Eficiência é a maior dificuldade de empresas de TI, diz estudo

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2/03/2018

Via Dino

Mercado é dominado por pequenas e médias empresas, 74%, mas pode apresentar crescimento de 12% em 2018, aponta consultor durante primeira edição do uMov.me Talks

Após um período conturbado pela crise econômica, o mercado de TI se reencontrou com o crescimento em 2017 e deve aproveitar mais um ótimo ano em 2018. A avaliação é do consultor Dagoberto Hajjar, da Advance Consulting.

Em webinar realizado a convite da uMov.me Talks, Hajjar apresentou os resultados “Pesquisa sobre o mercado Brasileiro de TI – Janeiro de 2018”, conduzida com empresários de TI no último trimestre do ano passado. O estudo aposta em crescimento de 12% para o segmento, contra a previsão de 8,4% do mercado.

“Os analistas comparam a crise econômica com aquelas fileiras de dominós. A primeira a cair foi a indústria automobilística e a última foi a área de tecnologia. Eles imaginavam que quem caísse primeiro ia se reerguer primeiro, mas o mercado de tecnologia reergueu antes de todos os outros”, afirma o consultor abordando a retração enfrentada pelas empresas de TI entre 2015 e 16, fato inédito na série histórica da área.

Muitas companhias se aproveitaram da crise para crescer e tomar espaço dos concorrentes. “A pizza não cresceu na crise, mas quem conseguiu comer levou uma fatia maior porque tomou o pedaço dos concorrentes”, atesta Hajjar, profissional com experiência de duas décadas, com passagem por empresas como Citibank, ABN-AMRO, Santander e Microsoft.

O consultor aponta um grande risco do otimismo excessivo entre os empresários: a expectativa pode fazer muitos deles estimarem suas despesas e investimentos em um crescimento que pode não vir. Quando isso ocorre, as metas se tornam muito agressivas, pressionam demais o time de vendas. Contra a parede, o comercial não consegue vender o esperado e derruba as margens de lucro.

E as empresas voltaram a investir. Em 2017, 42% das empresas que responderam à pesquisa contrataram ou capacitaram seus colaboradores, sem esquecer dos investimentos em marketing (para 43% das empresas) e do aporte em equipes e processos de vendas (48%).

Pontos a melhorar: tecnologia, planejamento e processos

Perto da segunda década do século XXI, é possível perceber o baixo investimento em tecnologia e infraestrutura no Brasil ao fazer atividades rotineiras, como usar celular ou internet. Num panorama geral, a pesquisa mostra que setores como educação, saúde e varejo estão sucateados em tecnologia. “O Brasil não pode continuar com esse gap de investimentos, esse sucateamento tem que ser resolvido”, alerta o consultor durante apresentação da pesquisa.

A falta de eficiência em vendas e na gestão financeira “tira o sono” e é preocupação para 29% e 25% dos respondentes, respectivamente.

Quem não estiver se expandindo, estará invariavelmente se encolhendo. Em 2018 teremos crescimento e é preciso aproveitá-lo

Em geral, a área de TI é dominada por pequenas e médias empresas. Na pesquisa, 74% delas têm menos de 50 colaboradores e faturaram menos de 9 milhões de reais no ano passado.

E o grande desafio — ainda não reconhecido por muitos empresários — dessas empresas é ser mais eficiente, adotando metodologias e processos bem definidos, métricas e indicadores de desempenho.

Os bons resultados vieram para empresas que responderam ter um plano, um planejamento, e se focaram em vender, em aprimorar suas vendas. A pesquisa atesta que essas práticas garantem para a empresa uma taxa de crescimento favorável, mesmo em períodos de crise.

Responsável por conduzir o uMov.me Talks, o especialista em tecnologia da uMov.me, Marcelo Carneiro, ressaltou que a pesquisa da Advance Consulting mostra a necessidade de eficiência. “Isso é a transformação digital! Diminuir o investimento em marketing e vendas não é o caminho. Buscar mobilidade, automação, definir e executar processos e se valer da tecnologia é tornar a empresa mais eficiente”, ressalta Carneiro.

Dagoberto Hajjar aposta em um ótimo ano para a área de TI e conclui: “Quem não estiver se expandindo, estará invariavelmente se encolhendo. Em 2018 teremos crescimento e é preciso aproveitá-lo, até porque avalio que o primeiro semestre de 2019 deve fraco novamente”.

Sobre Dagoberto Hajjar — Trabalhou dez anos no Citibank em diversas funções de tecnologia e de negócios, dois anos no Banco ABN-AMRO, e, nove anos na Microsoft exercendo, entre outros, as atividades de Diretor de Internet, Diretor de Marketing, e Diretor de Estratégia. Atualmente, é sócio fundador da Advance, empresa de planejamento e ações para empresas que querem crescer.

 

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