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Pelas minhas andanças no meu bairro, me deparei com um novo negócio, e como eu fiquei feliz. Sempre que encontro um empreendedor abrindo um novo comércio, ainda mais em tempos difíceis, eu me sinto muito bem. Este novo negócio era uma confeitaria. Isso mesmo: era.
Assim que inaugurou, fui lá para tomar um café — sou apaixonado por café. Chegando, me deparei com uma loja linda, super bem iluminada, com tudo do bom e do melhor. Todos devidamente uniformizados, uma placa bem feita, mobiliário “top de linha”. A princípio, realmente me encantei.
Tomei meu café, mas não notei nada de especial. “Mais um lugar mediano, apenas vida que segue…”.
Pois, meses depois, passei por lá – meses mesmo, menos de um um ano – e o negócio estava fechado. Pensei comigo “deve ter tido algum problema pessoal”. Passei de novo e continuava fechado, fechado, e de novo fechado.
Menos um negócio no Brasil, que triste.
Nós todos sabemos que o varejo vive seu pior momento na história, são milhares de lojas fechando por todos os lados. Temos uma crise econômica esmagando o que já está fragilizado e sem forças. Mas não quero falar do Brasil.
Quero falar da “Confeitaria Gramado” (este era seu nome). Quem são? Onde vivem? O que fazem? Porque fechou? Você não vai ver no Globo Repórter.
Eu, particularmente, não sei a causa do fechamento deste negócio, e não quero supor qual foi, mesmo com minha vivência em varejos.
Cada caso é um caso, mas usarei este para simular um problema que tem sido muito comum para fechar negócios no Brasil.
A maior causa do fechamentos de negócios, no Brasil e no mundo, é a mudança cultural na forma de comprar. Mas não vou me estender neste assunto – falo muito dele no meu novo livro ‘’ManUau do Novo Varejista’’, que você encontra na lojadofred.com. O quero mostrar neste artigo é a relação do investimento em beleza na loja versus o investimento em pessoas e comunicação.
Eu sempre falo, nas minhas palestras, que prefiro uma loja com teto preto e chão de cimento queimado, mas com uma equipe de primeira linha, a uma loja maravilhosa com um bando de desgovernados para te atrapalhar a comprar.
Volto a dizer que não sei a verdadeira causa do fechamento da confeitaria. Mas os novos empreendedores precisam entender que dinheiro não monta negócio. O que monta negócio é gente.
Vou explicar.
As pessoas continuam com grande dificuldade em investir seu dinheiro no que realmente interessa. Ainda temos grande facilidade em ‘’gastar” nosso dinheiro em bens tangíveis: reformas, prédios, estoque. E hoje não é isso que faz um sucesso de um negócio. Se o seu prédio é próprio ou não… o consumidor não tá nem ai para isso.
Ele quer é ser bem atendido, ter seu problema resolvido. Mas isto é um problema cultural, ou seja, não muda de uma hora para outra.
Talvez, se o empreendedor deste negócio tivesse investido menos em imobiliário e firulas (não que não ache importante, adoro lojas lindas!) e colocado esse dinheiro em capacitação, treinamento, salários melhores, experiência de compra e comunicação -itens que são totalmente intangíveis no ponto de vista de pegar (“onde não toco, não existe”, assim pensa o varejista) – ele não teria fechado. Ele teria crescido. Eu penso assim.
Voltando ao problema cultural da dificuldade de investir no que “não se pega, não se vê”, esse talvez seja o maior dilema do novo Varejo, da nova forma de vender coisas, de prestar serviços. O que antes era primordial na cabeça dos empreendedores, hoje é supérfluo, e readequar esta maneira de pensar pode demorar anos. Com isso, muitos negócios ainda vão fechar.
O pior de tudo é que vai vir outro empreendedor comprar o negócio falido e errar tudo de novo.
O varejo não precisa de dinheiro, precisa de mais estudo. “Não dá pra brincar mais de vendinha”, como diria minha mãe Tudy.
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Abraços,
Fred.
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